"HERRAR É UMANO"
Há quem se refugie em ditados populares, com o objectivo de justificar as suas falhas, gralhas, tralhas ou, até mesmo, o seu analfabetismo.
Há já algum tempo que tenho vindo a observar o mundo dos blogs – a tão afamada “blogosfera” – com alguma atenção e noto que há, efectivamente, alguns de altíssima qualidade. O único problema, contudo, é verificar que há “entes superiores” nestas andanças, ostentando um ar paternal, que dão as boas-vindas a todos os que se iniciam nesta aventura.
Estas criaturas, tão paternalistas, tão acolhedoras, só se esquecem de um pormenor: há quem saiba bastante mais do que eles. Há quem escreva bem melhor do que eles. Tanto paternalismo chega a tornar-se patético, na minha óptica. Se, ao menos, me dessem as boas-vindas em bom português, sem tentativas de corrigir coisas que estão certas, não me importaria absolutamente nada. Mas não. Aparecem-me à frente, citam livros que, a mim, não interessam nada, tentando impingir-me termos “correctos”... não há termos correctos para uma palavra derivada do inglês, como “blog” ou “blogger”. Se me apetece “traduzir” ou “aportuguesar” para “bloguista”, em vez de “blogueiro”, como me quiseram “ensinar”, assim o faço.
Outro aspecto que me incomoda é o facto desses “Lord Bufas” serem de tal modo “talabazofas”, que chegam a pensar que as suas obras são, de facto, de elevado grau de qualidade. Escrevinham, escrevinham, esgravatam nas suas teclas até não poderem mais e depois, já cansados de se acharem tão bons, tão cultos e tão intelectuais, colocam os seus textos para açoreano ver. E açoreano vê, e açoreano fica sem saber se há-de rir, se há-de ficar com uma indigestão para o resto da semana...
É por isto que nunca me tento refugiar em ditos populares ou frases feitas. Porque sei escrever (tive bons professores ao longo dos anos... e um bocadinho de inteligência, claro), sei que sei escrever e não há nada nem ninguém que me possa convencer do contrário. Sou casmurro como o diabo!
“Herrar é umano”? Sim, como tudo na vida. Mas não saber escrever não é errar.
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